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Apresentação dos Personagens

As ilustrações a seguir representam os esboços e primeiras versões da produção dos personagens principais na história, assim apresentando a estética, feição e visual apresentado no conto, com algumas expressões que podem ser utilizadas e as características principais de cada personagem. 

Raoni

Responsável pela aldeia e seus moradores, Raoni na história é o cacique, o chefe da aldeia e pai de Ayra. Tem um perfil ríspido e autoritário, com uma visão cética e rígida sobre a realidade, assim atuando de certo modo, como um antagonista para os demais personagens.

Kauana

Curandeira, conselheira e uma amiga pra vida toda, essa pajé da aldeia, guia a protagonista dando os insights e significados por trás dos mistérios que se desenrolam na narrativa, sempre com um olhar muito perspicaz e cuidadoso com as pessoas ao seu redor.

Ayra
Ser mãe não é uma tarefa fácil, ainda mais quando se é tão jovem, Ayra é protagonista da história e todos os acontecimentos giram em torno dessa moça, filha de Raoni, ela é abençoada com um acontecimento único, deve lidar com as bênçãos e fardos que o seu destino reserva.

Mani
Uma pequena tão inquieta e alegre quanto sua mãe, Ayra, porém diferente dela e de todos daquele lugar, por algum motivo misterioso, possui a pele branca e os cabelos claros, rodeada de mistérios e surpresas, essa menina mostra que veio fazer grandes feitos.

Sobre a ilustração, traço explorados e inspiração

 

      A arte e sua capacidade estética sempre foi um meio muito utilizado para transmitir e fomentar sentimentos, emoções ou intenções, dessa forma, esse projeto não poderia agir de forma diferente. Contudo, que tipo de arte e estética poderia ser usada para representar e transmitir com exatidão, todas as características necessárias para um conto indígena infanto-juvenil? Para termos um melhor entendimento disso, basta olhar conteúdos que se baseiam nessas mesmas características, como o traço, a expressão, o cenário, as cores e a ilustração de modo geral, elementos que trabalham juntos para transmitir seu objetivo, e cativar o público alvo.

       Em vista do tipo de escrita trabalhado e público abordado (infanto-juvenil), a estética da ilustração deve condizer com estes fatores, contendo um equilíbrio com o infantil e o maduro, o teor da lenda em si carrega muito dessa mesma dualidade, afinal contém momentos e cenas descontraídas, leves e que podem facilmente se encaixar em um livro infantil, no entanto, também há momentos mais sombrios, maduros e difíceis, mostrando que seria necessário um público com uma consciência e percepção da cena um pouco mais desenvolvida, para poder compreender a história como um todo, e assim refletir sobre seus o'que leu.

     Deste modo o desafio foi desenvolver um traço que passe segurança e familiaridade com um público mais jovem, porém que não fosse infantil demais, para se manter no padrão escolhido, e não fugir do público. A busca de referências que trazem esse aspecto dual do maduro e o infantil não foi difícil, já que a Disney, marca que inspira milhões de artistas e desenhistas pelo mundo, lida muito bem com essa questão, sempre trazendo histórias esteticamente bonitas e emocionantes, mas que muitas vezes também carregam um aspectos mais densos e sombrios, como a morte, separação de familiares ou determinado grupos de pessoas, combinando bastante com o caminhar da história narrada, desta forma esse teor infantil, mas que também consegue mostrar um lado mais maduro e sério se traduz no traçado das suas animações e narrativa da história.  

       No entanto, em meio a essa diversidade de filmes, desenhos e curtas que a produtora fornece, são três filmes em especial que poderiam contribuir de maneira muito proveitosa para o desenvolvimento do traço dos personagens. Irmão Urso é um deles, uma animação em um contexto de uma aldeia nativo norte-americana, assim apresentando uma diversidade de traços de personagens de diversas idades e rostos diferentes, como também de animais de diversos tipos, ajudando a entender o traçado elaborado pela produtora, assim como o filme Pocahontas que nesse sentido, também agrega com essas mesmas características, mas de maneira ainda mais direta, pois apresenta de forma mais real a dinâmica da tribo, o uso de cores e movimentos para transmitir uma intenção e é claro o traçado utilizado nos personagens. Por último, o filme Viva a Vida é uma Festa, carrega a expressão de maneira muito sutil as características dos povos originais, que foram miscigenados com os colonizadores espanhóis no México, mas ainda assim trazendo uma variação do traçado e servindo de inspiração dos corpos e idades dos personagens.

        Apesar de serem da mesma produtora, cada filme esteticamente carrega sua característica, no traçado dos personagens, Irmão Urso trás muito uma referências dos povos esquimós na América do norte em tempos tribais, a estética do rosto em si não se assemelha com os nativos latinos americanos, mas o olhar desenhado na animação, ajudou muito a entender como representar essa característica tão marcante no livro, Pocahontas nesse sentido apresenta uma variação dos rostos e corpos mas com algumas semelhanças, com um traço mais fiel aos povos nativos americanos e maior apuração na maneira de apresentar a aldeia e sua cultura, agora Viva a Vida é uma Festa, mesmo com pouca referência ou traçado dos nativos, foi importante para ajudar na caracterização de personagens mais idosos na ilustração, já que esta idade é pouco representada. Deste modo todos os filmes agregaram de forma muito significativa para a elaboração do traçado do livro e resultado final.

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